1 de agosto de 2010

Let´s Remember - Entrevista com Bruno Gomes, baterista do Ministério Diante do Trono


O Let´s Remember dessa vez traz algo que você não esparava. No dia 09 de agosto de 2007, ou seja, pouco menos de 3 anos, o site do Diante do Trono disponibilizou uma entrevista feita com Bruno Gomes, baterista do ministério. Apesar de antigo, pode-se conhecer um pouco mais sobre esse instrumentista que a mais de 11 anos toca no Diante do Trono mas ministra na Igreja Batista da Lagoinha desde a pré adolescência. Confira!


Alessandro Amorim
Cidade: Sete Lagoas / MG
Pergunta: Quantas horas por dia você acha que tem que treinar?
- Não há uma quantidade de horas ideal. Depende do objetivo e disponibilidade de quem decide estudar o instrumento. Músicos profissionais geralmente separam uma boa parte do dia pra estudar, principalmente no início da carreira. Já aqueles que têm a música como hobby estudam muito menos, mesmo porque trabalham em outras atividades e não têm tempo suficiente pra estudar muito.

Hugo Leonardo Silva
Brasília / DF
Pergunta: Com quantos anos você começou a tocar bateria?
- Comecei com 11. Mas aos 7 já 'tocava' violão.

Fernanda Ferreira
Governador Valadares / MG
Pergunta: Servo de Deus, gostaria de saber se você é parente do Sérgio Gomes.
- Não, não sou. O Gomes no nome é coincidência mesmo. Apesar de que muitas vezes ele é como um pai.

Roselene Cardoso Pereira
Piúma / ES
Pergunta: Olá! Antes de você entrar no ministério tinha outro baterista. Como foi que você entrou no DT? Que Deus continue te abençoando.
- Bom, não sei por que ele saiu. Eu já tocava com o pessoal há muito tempo, desde a época do El Shamah (grupo que deu origem ao Diante do Trono) e mesmo antes, nos cultos da Lagoinha. Então, isso que você chama de ‘entrada’ pra min, na verdade, foi uma ‘continuação’ daquilo que eu já fazia na Igreja desde a infância.

Leandro
Natal /RN
Pergunta: Quando você sentou pela primeira vez no banco de baterista do Diante do Trono, qual foi a sensação?! Você imaginava toda essa repercussão que o Ministério fez e faz tanto no Brasil como o exterior?!
- Leandro, na verdade foi diferente. Como disse acima, toco na Lagoinha desde a infância. Toquei no culto infantil, culto dos adolescentes, jovens, mocidade, nos cultos de domingo, toquei em praças com o pessoal do evangelismo e inúmeros acampamentos. Então, essa questão de tocar pra muita gente não aconteceu de repente. Foi um processo que durou um bom tempo e que de certa forma fez com que eu não me preocupasse muito com isso.

Luiz Augusto dos Santos
São Paulo / SP
Pergunta: Como você administra seu tempo entre ensaios, diversão e trabalho? Vida ministerial exige muita renúncia de tempo, não é?
- Olha, Luiz, na verdade o DT me ocupa mais nos finais de semana que é quando viajamos ou tocamos na IBL. Tem as viagens internacionais também que são programadas com antecedência e duram mais. Em época de ensaios, ou seja, aquele que antecede gravações, tem ensaios à noite também, geralmente duas vezes por semana. Então, de um modo geral, eu tenho bastante tempo pra fazer minhas coisas. Tempo é questão de prioridade e mesmo se o DT me ocupasse todos os dias da semana, mesmo assim eu sempre arrumaria um tempinho pra um Play Station ou um churrasquinho aqui em casa com os amigos.

Bruno Simões
Araraquara / SP
Pergunta: Se não existisse bateria, com qual instrumento ou qual forma você teria encontrado pra adorar ao Senhor?
- Bruno, meu xará! Nem quero pensar nessa hipótese! O mundo seria pior sem esse fantástico instrumento, concorda? Brincadeiras à parte, eu tocaria violão, piano ou sax. Quanto a adorar, você não precisa de um instrumento pra fazer isso, embora seja um privilégio fazê-lo tocando.

Diego Prandini
Ribeirao Preto / SP
Pergunta: Sabemos que o ministério de louvor pode provocar muitos problemas com o ego. Como vocês lidam com isso? Quais bateristas você admira, pela unção e não pela técnica?
- Eu nunca tive problemas quanto a isso. Mesmo porque toco na igreja desde a infância, como disse acima. Então, de certa forma, tudo veio crescendo e eu me acostumando com isso tudo. Talvez, se você pegar um músico acadêmico e de repente colocá-lo pra tocar pra milhares de pessoas ele terá problemas com ego. Agora, quanto à ‘unção’, Diego, me perdoe, mas não tem como te responder. Não existe um ‘medidor de unção’ e não conhecemos o coração de outra pessoa. Logo, aquela pessoa que toca ou canta, seja numa igreja de 30 membros ou numa banda que toca pra milhares de pessoas, e faz isso com dedicação, comprometimento, fidelidade e empenho, será admirada por mim.

Junior Proenca
Londrina / PR
Pergunta: Bruno, tenho acompanhado seu trabalho como músico há vários anos, e percebi que você mudou o set-up de sua batera. Lembro que você utilizava vários tons e também mais pratos, do que utiliza agora. Qual o motivo principal que o levou a "enxugar" seu set-up: estética ou qualidade de som?
- Na verdade nem por estética e nem por som. O que acontece é que eu sempre toquei com um set menor. Sempre gostei. Tenho fotos aqui do ano de 1994, 1995 onde toco com o set reduzido. No DT eu realmente toquei com um set maior em alguns CDs, mas foi só experiência mesmo. Dá pra fazer tudo que quero num set menor.

Aracele
Brasília /DF
Pergunta: Oi, graça e paz de Cristo! Também sou baterista em minha igreja e gostaria de saber que tipo de pele você recomenda para um ambiente pequeno. O que acha da pele porosa? É recomendável para um lugar pequeno com no máximo 200 pessoas e sem estrutura acústica? O que recomendaria para abafar o som?
- Aracele, os motivos que levam à escolha de determinada pele são vários, mas nunca o tamanho do auditório. A pele porosa produz um som muito aberto e isso realça o som da sua caixa acústica, ou seja, do tambor. Se sua bateria é de boa qualidade a pele porosa vai realçar essa qualidade que é na prática a madeira e o tratamento usados na construção do tambor. Imbuia, araucária, copaíba e jatobá são madeiras para se fazer tambores de qualidade, se bem tratadas. Podem vir acrescidos de carvalho também (geralmente a parte de fora do tambor). Já a pele hidráulica possui um som mais fechado e esconde a qualidade do tambor. Logo, se você tem uma bateria não tão boa, use hidráulica. Você pode também fazer a combinação que quiser e ir testando porque daí você vai ter sua própria opinião e experiência. Para aqueles que não sabem ou não tem certeza da qualidade da bateria, comecem usando a pele mista. Ela é hidráulica e porosa ao mesmo tempo. Sou contra abafar o som da bateria. Se fosse necessário abafar ela já viria abafada de fábrica, tenha certeza disso. O que você pode fazer é diminuir os harmônicos do instrumento, que é completamente diferente de abafar. Esses harmônicos acontecem com mais freqüência na caixa, mas não é necessário pregar fita crepe, esparadrapo e nem colar flanelas: existem no mercado produtos próprios para fazer isso, como o ‘moongel’, por exemplo. Quanto a abafar, há uma exceção, que é o bumbo, que às vezes abafado soa melhor principalmente pra gravações. Mas nada de travesseiros, cobertores ou coisas do tipo. Se não tem como você comprar aquela espuma de borracha usada nas paredes de estúdio, use espuma comum em tira numa espessura de 2 a 3 cm, cobrindo a metade da largura. Você deve estar perguntando isso por causa do volume e várias pessoas perguntam. Provavelmente está tendo problemas com isso. A solução é tocar baixo, usar menos força. Na bateria não existe um botão de volume. Aliás, existe; são nossos braços! Espero ter ajudado.

Athos Gabriel
Salvador / BA
Pergunta: Por que você agora só está usando pele EVANS? Qual e a diferença entre pele hidráulica para a comum?
- Deve ser porque tenho achado só ela pra comprar aqui em BH. REMO ou EVANS pra mim são iguais. A que estiver disponível eu compro. Se as duas estiverem disponíveis compro a de melhor preço.

Karison Eduardo
Curitiba / PR
Pergunta: Qual é a melhor marca de um jogo de pratos?
- Depende. Qual é a melhor marca de carro? Percebe? Se você estiver falando em modelos no mesmo nível entra a preferência de cada um. Eu uso a linha K da Zildjian. Não quer dizer que é o melhor prato. É o da minha preferência hoje. Se você está perguntado porque quer comprar, vai minha dica; pratos são caros, então, o melhor prato é aquele que você tem condições de comprar.

Ricardo
São Paulo / SP
Pergunta: Gostaria de saber como são feitas as frases da bateria em sincronismo com a banda toda, se é escrito por partitura ou livre, pois gosto muito do trabalho que você realiza no DT.
- As frases feitas com a banda toda são propostas, na sua maioria, pelo arranjador daquela música. Elas são escritas na partitura sim. Uma espécie de ‘cola’ pra gente. Mesmo se temos cifra, na parte de determinada frase a gente escreve a partitura dela. Quando as cifras passam antes pelo Sérgio, ele mesmo já escreve essas partituras pra gente.

Bruno Vicente Martins
Olinda / PE
Pergunta: Bruno, qual a marca da bateria que você usou na gravação de "Ainda Existe uma Cruz" e a que você usou na gravação de "Por amor de Ti, oh Brasil"?
- “Ainda Existe uma Cruz” eu usei uma Yamaha Maple Custom Absolute e no “Por Amor de Ti, Oh Brasil” usei uma DW Collector’s Serie.

Jeam Bruno Martins
Catalão / GO
Pergunta: O que fazer pra tocar lendo partitura sem errar?
- Estudar. Quanto mais estudar mais facilidade vai ter. Não tem como fugir disso. Se você está querendo apresentar uma peça específica, por exemplo, estude sessão por sessão e em andamento menor. Isso vai fazer com que você se familiarize com a partitura. Aumente o andamento aos poucos e vá tentando unir as sessões até conseguir tocar a música como um todo. Depois é só aumentar o andamento.

Keila
Belém / PA
Pergunta: Oi, Bruno, meu filho tem 7 anos e admira muito bateria, inclusive vive a batucar. Você acha que ele está na idade propícia para iniciar aula de música?
- Está sim, claro. Na verdade a musicalização infantil pode começar até muito antes disso. Não quer dizer que ele vai sentar numa bateria e começar a tocar. Na musicalização infantil a criança incute conceitos musicais importantes e já aprende a lidar com eles. Para a criança é como se fosse uma brincadeira, mas ela já começa a assimilar ritmo, volume, andamento e outros conceitos. Depois estuda a própria partitura já com um instrumento. A flauta doce é muito usada nessa fase. Já com algum tempo de musicalização a própria criança escolhe um instrumento pra estudar especificamente. Portanto, procure já uma escola de música que leve a sério esse tão importante início.

Wesley Bonifácio
Contagem / MG
Pergunta: Todos os instrumentos tem influência no mundo espiritual, mas a bateria marca perceptivelmente os momentos, sejam de celebração, quebrantamento, batalha, intercessão, e até quando não está sendo tocada transmite uma mensagem. Como você encara a responsabilidade de ocupar uma posição tão estratégica?
- Wesley; é uma posição estratégica sim, mas não mais estratégica que outros instrumentos. A palavra estratégia não tem o mesmo significado que a palavra importância. Que fique claro isso! E essa minha resposta seria a mesma se eu tocasse qualquer outro instrumento. Sou um ‘levita’ tocando bateria ou tocando outro instrumento. E como levita minhas responsabilidades são aquelas previstas em nosso ‘manual’, ou seja, a Bíblia. Em I Crônicas, em partes dos capítulos 9, 23 e 25 vemos várias dessas responsabilidades. Não se assuste se ler lá responsabilidades que não são de músicos, porque no Velho Testamento os levitas eram sacerdotes e os ajudantes dos sacerdotes que eram responsáveis por cuidar do tabernáculo e seus utensílios, inclusive carregando isso tudo durante a viagem pelo deserto (capítulos 3, 4, 8 e 18 de Números).

Thais Nandi
Foz do Iguaçu / PR
Pergunta: Você tem que ficar o tempo todo prestando atenção na Ana Paula e na sua condução, pois é você quem chama os finais de música, as voltas ao coro depois da ministração, etc... Ou vocês deixam as coisas pré-combinadas (ex: ficaremos "tantos" compassos em ministração daí você pode finalizar)?
- Na verdade as únicas coisas que ficam pré-combinadas são os sinais que a Ana e o Sérgio fazem pra gente. Tem um sinal que indica que é pra repetir determinada parte, tem sinal que indica que é pra ir para o coro, e assim vai. Sempre olho pra eles pra seguir certinho.

Nylo
Leme / SP
Pergunta: Oi, Bruno! Bom, antes, via você como uma pessoa séria, com pouca expressão ao tocar (me refiro a orar, fechar os olhos, cantar enquanto toca), mas no DVD gravado em Belém, senti que você estava se deliciando na presença do Senhor! Foi uma nova experiência com Deus, algo especial, ou apenas impressão?
- Oi Nylo! Bom, foi apenas impressão. Venho cantando já há um bom tempo, não só neste de Belém. Antes, o pessoal que edita o vídeo sempre colocava imagens da bateria na hora de algum solo ou virada e nestas horas é impossível cantar. E isso tem mudado. Talvez por isso essa impressão.

Mailan Silveira
Itapetinga / BA
Pergunta: Paz, Bruno!!! Quero saber o seguinte: em todos estes anos, qual foi a maior experiência que você teve com o Espírito Santo quando estava em algum evento do Diante do Trono???
- Olha, é difícil falar em uma só. A gente passa por problemas diferentes em épocas diferentes em nossas vidas. E a gente fica mais sensível pra ter esse tipo de experiência quando estamos passando por problemas. E aqui em nossa ‘vida terrena’ é impressionante como sempre estamos cercados de problemas! Costumamos a falar do que sempre acontece recentemente e às vezes nos esquecemos de grandes acontecimentos do passado. Por isso é difícil falar em uma só. Vou exemplificar com duas; uma recente e outra mais antiga. No período da gravação do CD ‘Nos Braços do Pai’, meu pai se separou da minha mãe de uma maneira bem ‘desastrosa’ e foi, na época, um desastre na minha vida porque pra mim minha família estava sendo destruída ali. E no congresso que antecedeu aquela gravação ensinamos a música ‘Nos Braços do Pai’. Quando, tocando pela primeira vez, simplesmente deixei a bateria sozinha lá e fui pra trás da igreja, longe de todo mundo porque eu não ia agüentar me segurar ali, como não agüentei. A outra, apesar de não ter sido num evento, tocando, foi recente, em uma viagem que fizemos para Jerusalém, em Israel. Ao visitar o túmulo de Jesus vazio também não me segurei! Mas lá não tinha pra onde correr; desmoronei ali mesmo!

Elyssandra de Souza
Recanto das Emas / DF
Pergunta: Em algum dos grandes eventos que o DT foi tocar você já errou feio e Ana veio te chamar atenção?
- A Ana não chama atenção não. Mesmo porque se a gente errar ela continua cantando do mesmo jeito! Esse papel lá no DT é do Sérgio. Mas também nunca errei feio, não. Sempre erro, mas são erros pequenos onde meço o impacto dele na música pela cara que o Sérgio faz pra mim (kkkkkkkkkkkkk).

Marlington Gomes
Belo Horizonte / MG
Pergunta: O que representou a gravação do Príncipe da Paz para você??? E qual foi o momento mais marcante durante a gravação no seu ponto de vista??
- Pra mim representou um alerta, um sinal para a Igreja do Rio de Janeiro e também de todo o Brasil. Um sinal que para se cumprir uma palavra que há em Levítico 26:6 (Também darei paz na terra, e dormireis seguros, e não haverá quem vos espante; e farei cessar os animais nocivos da terra, e pela vossa terra não passará espada) a igreja tem papel fundamental que é praticar a condicional existente neste próprio texto pra que essa promessa se cumpra. Essa condição é que andemos nos estatutos dEle, que guardemos Seus mandamentos e que o cumpramos. Isso está no versículo 3 desse capítulo. Quanto ao momento que mais me marcou, confesso que durante a gravação fico extremamente preocupado em executar o que ensaiamos. Fico mesmo prestando atenção no Sérgio, nas partituras, no metrônomo e isso faz com que eu só perceba estes momentos depois, vendo o DVD. Pra mim, a melhor parte de tudo é quando paro pra ver o DVD e como ainda não assisti minha resposta ficaria imprecisa.

Juliomar
Salvador / BA
Pergunta: Você tem algum sonho não realizado ainda?
- Tenho vários! Não da pra falar aqui porque se não nem caberia neste site!


Por: Karlos Vinicius
Extraído de: Diante do Trono







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