21 de agosto de 2012

[Fabio Mesquita] Planejamento segundo Jesus Cristo


Foto: Divulgação
Um texto curioso. Simples, mas com um forte impacto reflexivo. A Parábola acerca da Providência. Texto único encontrado nas narrativas de Lucas. O texto nos apresenta uma série de pontos com base na percepção administrativa e da construção de metas para a vida. O problema da escolha e os caminhos que se apresentam diante da nossa tomada de decisão.

O primeiro ponto para que chamo atenção é a palavra “Providência”. Segundo Soares Amora (Dicionário, 4º Edição, Editora Saraiva), “Providência” é a suprema sabedoria com que Deus governa e dirige todas as coisas. Prevenção é providência.

Duas palavras destacadas por Amora e referidas com relevância  nos dão uma tradução direta para a questão:  “governo” e  “dirição”. Governar e dirigir são pilares mestres da administração. São elementos da base, da essência do planejamento, porque planejar é agir com providência. Planejar é ter o ato de prever nas mãos. É o mesmo que trilhar o caminho do futuro, não pela adivinhação, mas pela análise do cenário, pela interpretação dos fatos e pela compreensão dos ditados da vida.

 O texto que encontramos em Lucas 14:25-35 traduz uma série de elementos que vão do aspecto comportamental até a prática e a execução das escolhas.  Para cada escolha, há uma direção. Para cada escolha, há um governo.
Quando eu escolho construir uma família, eu escolho por governar.  Quando eu decido abrir uma empresa, eu estou decidindo por governar. 

A primeira lição que o texto nos apresenta é a lição da consequência da escolha. No caso, o texto implica o ato ou o fato de ser um discípulo de Cristo. Tal escolha trata consequências que exigirão maturidade, firmeza e paciência. O que Cristo deixa claro é que fazer uma escolha é estar disposto a abrir mão das outras opções e estar preparado para as mudanças que a escolha trará.

No texto, quem quiser ser discípulo deve tomar a sua cruz, tomar a sua responsabilidade, aceitar a sentença. Por isso,  no processo decisório, as análises externas e internas se fazem fundamentais. O cenário que se apresenta a nossa frente deverá ser cuidadosamente analisado para se dar o passo certo.
Aí, o texto se faz provocativo: “Se algum de vós está querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?”

Ou seja, para cada escolha, um plano se faz necessário. No caso, o planejamento financeiro é quem dará a velocidade da obra, e os controles supervisionam o desempenho.

A narrativa de Cristo torna- se ainda mais surpreendente quando conduz  a parábola para a questão da análise crítica do cenário e para as decisões políticas que se fazem necessárias quanto ao tocante àquele que governa.
“Qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? Doutra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede condições de paz.”

É prudente quem sabe analisar e respeitar o tempo. É prudente quem planeja e sabe que através do planejamento o tempo pode ser abreviado, administrado, e é o planejamento que norteia o sucesso e interrompe o fracasso.
Planejar é saber a hora de dar o passo. Planejar é reconhecer o tamanho da perna e reconhecer a capacidade para um bom desempenho. É conhecer bem os pontos de vitória, os pontos de fracasso e saber reconhecer as ameaças e transformá-las em oportunidades.

Gestor inteligente se vale da humildade antes da tomada de decisão. Ser humildade nada mais é do que ter domínio de si e saber a hora certa de ir em frente ou não.
Tal fato se dá pela soma do foco com a organização e com a disciplina. Gosto de Carlos Alberto Júlio, em seu livro “A Arte da Estratégia”, no qual ressalta que pior do que uma estratégia rasa é não ter estratégia nenhuma. E, parafraseando Júlio, planejar é o caminho mais rápido para alcançar os seus objetivos, minimizar os fracassos e poder estabelecer os próximos passos da vida.

O mestre Cristo é sublime em apresentar a arte da escolha. E torna-se ainda mais relevante quando encerra sua narrativa no foco da missão do sal.
“Bom é o sal, mas se tornar-se insípido, como restaurar-lhe o sabor?”
Quem planeja tem a dose para o sucesso. Tem a arma de conquista nas mãos e tem a oportunidade de fazer diferente e de fazer a diferença.

Fábio Mesquita Torres | Publicitário da Grão Novo

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