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O primeiro ponto para que chamo atenção é a
palavra “Providência”. Segundo Soares Amora (Dicionário, 4º Edição, Editora
Saraiva), “Providência” é a suprema sabedoria com que Deus governa e dirige
todas as coisas. Prevenção é providência.
Duas palavras destacadas por Amora e
referidas com relevância nos dão uma
tradução direta para a questão:
“governo” e “dirição”. Governar e
dirigir são pilares mestres da administração. São elementos da base, da
essência do planejamento, porque planejar é agir com providência. Planejar é
ter o ato de prever nas mãos. É o mesmo que trilhar o caminho do futuro, não
pela adivinhação, mas pela análise do cenário, pela interpretação dos fatos e
pela compreensão dos ditados da vida.
O
texto que encontramos em Lucas 14:25-35 traduz uma série de elementos que vão
do aspecto comportamental até a prática e a execução das escolhas. Para cada escolha, há uma direção. Para cada
escolha, há um governo.
Quando eu escolho construir uma família, eu
escolho por governar. Quando eu decido
abrir uma empresa, eu estou decidindo por governar.
A primeira lição que o texto nos apresenta
é a lição da consequência da escolha. No caso, o texto implica o ato ou o fato
de ser um discípulo de Cristo. Tal escolha trata consequências que exigirão
maturidade, firmeza e paciência. O que Cristo deixa claro é que fazer uma
escolha é estar disposto a abrir mão das outras opções e estar preparado para
as mudanças que a escolha trará.
No texto, quem quiser ser discípulo deve
tomar a sua cruz, tomar a sua responsabilidade, aceitar a sentença. Por
isso, no processo decisório, as análises
externas e internas se fazem fundamentais. O cenário que se apresenta a nossa
frente deverá ser cuidadosamente analisado para se dar o passo certo.
Aí, o texto se faz provocativo: “Se algum
de vós está querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as
contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?”
Ou seja, para cada escolha, um plano se faz
necessário. No caso, o planejamento financeiro é quem dará a velocidade da
obra, e os controles supervisionam o desempenho.
A narrativa de Cristo torna- se ainda mais
surpreendente quando conduz a parábola
para a questão da análise crítica do cenário e para as decisões políticas que
se fazem necessárias quanto ao tocante àquele que governa.
“Qual é o rei que, indo para combater outro
rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil pode sair ao encontro
do que vem contra ele com vinte mil? Doutra maneira, estando o outro ainda
longe, manda embaixadores, e pede condições de paz.”
É prudente quem sabe analisar e respeitar o
tempo. É prudente quem planeja e sabe que através do planejamento o tempo pode
ser abreviado, administrado, e é o planejamento que norteia o sucesso e
interrompe o fracasso.
Planejar é saber a hora de dar o passo.
Planejar é reconhecer o tamanho da perna e reconhecer a capacidade para um bom
desempenho. É conhecer bem os pontos de vitória, os pontos de fracasso e saber
reconhecer as ameaças e transformá-las em oportunidades.
Gestor inteligente se vale da humildade
antes da tomada de decisão. Ser humildade nada mais é do que ter domínio de si
e saber a hora certa de ir em frente ou não.
Tal fato se dá pela soma do foco com a
organização e com a disciplina. Gosto de Carlos Alberto Júlio, em seu livro “A
Arte da Estratégia”, no qual ressalta que pior do que uma estratégia rasa é não
ter estratégia nenhuma. E, parafraseando Júlio, planejar é o caminho mais
rápido para alcançar os seus objetivos, minimizar os fracassos e poder
estabelecer os próximos passos da vida.
O mestre Cristo é sublime em apresentar a
arte da escolha. E torna-se ainda mais relevante quando encerra sua narrativa
no foco da missão do sal.
“Bom é o sal, mas se tornar-se insípido,
como restaurar-lhe o sabor?”
Quem planeja tem a dose para o sucesso. Tem
a arma de conquista nas mãos e tem a oportunidade de fazer diferente e de fazer
a diferença.
Fábio Mesquita Torres | Publicitário da
Grão Novo
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