13 de novembro de 2012

[Fabio Mesquita] Uma lição sobre Judas Iscariotes


Se, com base em uma análise errada, as ações são executadas; as consequências podem ser catastróficas e muitas vezes irreversíveis.

Fabio Mesquita, publicitário | Foto: Divulgação


Outro dia me vi pensando em Judas Iscariotes. Sim, o traidor de Jesus Cristo. Aquele que com um beijo levou o seu mestre à morte e depois, tomado pelo remorso, cometeu suicídio.

Um fato curioso e uma pergunta que para mim não quer calar: Como uma pessoa que trai por dinheiro, por ganância, pode ter um remorso tão forte ao ponto de devolver o dinheiro recebido e causar a própria morte?
O que posso concluir é que isso se deu pelo simples fato da má análise feita por Judas a respeito da pessoa de Cristo.

É bem verdade que, durante as narrativas dos evangelhos, os evangelistas em algumas pautas listam más condutas de Judas, tais como suas observações equivocadas, seu comportamento fora do contexto geral e sua falta de compromisso com a visão geral do grupo. Porém, ele foi um escolhido como qualquer outro, e posso afirmar uma certa comodidade para a função que ele exercia por ter recebido do próprio líder  fato que podemos conferir no Evangelho de Mateus 10:4.

Mas algumas reflexões são cabíveis. A primeira é sobre o conhecimento de Judas sobre a divindade de Jesus Cristo. Judas acompanhara muitos feitos, como pessoas doentes sendo curadas, o Cristo ressuscitando pessoas que tinham morrido e até mesmo acalmando a natureza e andando sobre as águas.

Era de conhecimento de Judas os vários eventos sobrenaturais que habitavam na pessoa de Cristo, e outros fatos que posso concluir que eram de seu conhecimento por se tratar da própria história dos Judeus. Fatos de como eles foram libertados no passado pelos impérios que os dominavam. E, mais uma vez, o povo estava sendo explorado por outro império, e eles esperavam um novo salvador. E, em Cristo, havia um mistério. Havia elementos que justificavam a reflexão do poder sobrenatural para a libertação do povo.

Mas Judas tinha um outro elemento, a ganância. Claro que ele não iria facilitar ou criar um plano para que os Sacerdotes da época  pegassem o Cristo, de graça. Quanto vocês me pagam? Essa foi a pergunta. E, segundo alguns estudiosos, Jesus valeria muito mais.

Porém, para se cumprir a profecia assim se fez. E duas constatações se fazem necessárias aqui. Uma é a de Jesus afirmar que poderia o céu se abrir e um exército de anjos o salvar (Mateus 26:56); a outra é que o plano de Judas foi por água abaixo, no momento em que ele afirma em Mateus 27: 4, dizendo: pequei entregando sangue inocente. Na minha visão não se trata apenas de uma expressão de remorso, de decepção ou de um ato falho, está implícito também a seguinte sentença: “não era o que eu pensava”. Não aconteceu o que ele esperava, ou seja, Judas esperava algo diferente, algo que acontecesse no momento em que Jesus Cristo fosse preso pelos centuriões.

Uma má interpretação dos fatos. Na vida, precisamos ter essa percepção antes de consolidarmos os passos errados, precisamos estudar e avaliar bem as ações que se fazem necessárias para atingirmos os nossos objetivos, e se tais ações trouxerem consequências questionáveis ou o planejamento abre espaço para resultados que poderão deixar o estrategista vulnerável, uma nova reflexão se faz necessária antes do primeiro passo.

No mundo do planejamento, o estrategista precisa ter essa ciência. A ciência de analisar e de perceber que se a coisa não vai ser ou pode não ser, como se espera, um plano ou C, deve está engatilhado para a recuperação da situação antes da finalização do processo.

Muitas vezes, mudar o rumo se faz necessário para se atingir os objetivos desejados. Analisar bem cada escolha é ser inteligente e eficaz.

Fábio Mesquita Torres | Publicitário da Grão Novo


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