Se,
com base em uma análise errada, as ações são executadas; as consequências podem
ser catastróficas e muitas vezes irreversíveis.
Fabio Mesquita, publicitário | Foto: Divulgação |
Outro dia me vi pensando em Judas Iscariotes. Sim, o traidor
de Jesus Cristo. Aquele que com um beijo levou o seu mestre à morte
e depois, tomado pelo remorso, cometeu suicídio.
Um fato curioso e uma pergunta que para mim não quer calar: Como uma
pessoa que trai por dinheiro, por ganância, pode ter um remorso tão
forte ao ponto de devolver o dinheiro recebido e causar a própria morte?
O que posso concluir é que isso se deu pelo simples fato da má análise
feita por Judas a respeito da pessoa de Cristo.
É bem verdade que, durante as narrativas dos evangelhos, os evangelistas
em algumas pautas listam más condutas de Judas, tais como suas observações
equivocadas, seu comportamento fora do contexto geral e sua falta de
compromisso com a visão geral do grupo. Porém, ele foi um escolhido como
qualquer outro, e posso afirmar uma certa comodidade para a função que ele
exercia por ter recebido do próprio líder fato que
podemos conferir no Evangelho de Mateus 10:4.
Mas algumas reflexões são cabíveis. A primeira é sobre o conhecimento de
Judas sobre a divindade de Jesus Cristo. Judas acompanhara muitos
feitos, como pessoas doentes sendo curadas, o Cristo ressuscitando pessoas que
tinham morrido e até mesmo acalmando a natureza e andando sobre as águas.
Era de conhecimento de Judas os vários eventos sobrenaturais que
habitavam na pessoa de Cristo, e outros fatos que posso concluir que eram de
seu conhecimento por se tratar da própria história dos Judeus.
Fatos de como eles foram libertados no passado pelos impérios que os dominavam.
E, mais uma vez, o povo estava sendo explorado por outro império, e eles
esperavam um novo salvador. E, em Cristo, havia um mistério. Havia
elementos que justificavam a reflexão do poder sobrenatural para a libertação
do povo.
Mas Judas tinha um outro elemento, a ganância. Claro que ele
não iria facilitar ou criar um plano para que os Sacerdotes da época pegassem
o Cristo, de graça. Quanto vocês me pagam? Essa foi a pergunta. E, segundo
alguns estudiosos, Jesus valeria muito mais.
Porém, para se cumprir a profecia assim se fez. E duas constatações se fazem necessárias aqui. Uma é
a de Jesus afirmar que poderia o céu se abrir e um exército de anjos o salvar
(Mateus 26:56); a outra é que o plano de Judas foi por água abaixo, no momento
em que ele afirma em Mateus 27: 4, dizendo: pequei entregando
sangue inocente. Na minha visão não se trata apenas de uma expressão de
remorso, de decepção ou de um ato falho, está implícito também a seguinte
sentença: “não era o que eu pensava”. Não aconteceu o que ele esperava,
ou seja, Judas esperava algo diferente, algo que acontecesse no momento em que
Jesus Cristo fosse preso pelos centuriões.
Uma má interpretação dos fatos. Na vida, precisamos ter essa percepção
antes de consolidarmos os passos errados, precisamos estudar e avaliar bem as
ações que se fazem necessárias para atingirmos os nossos objetivos, e se tais
ações trouxerem consequências questionáveis ou o planejamento abre espaço para
resultados que poderão deixar o estrategista vulnerável, uma nova
reflexão se faz necessária antes do primeiro passo.
No mundo do planejamento, o estrategista precisa ter essa ciência. A
ciência de analisar e de perceber que se a coisa não vai ser ou
pode não ser, como se espera, um plano B ou C,
deve está engatilhado para a recuperação da situação antes da finalização do
processo.
Muitas vezes, mudar o rumo se faz necessário para se atingir os
objetivos desejados. Analisar bem cada escolha é ser inteligente e eficaz.
Fábio Mesquita Torres | Publicitário da Grão Novo
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