Foto: David Joles, Star Tribune |
Sherri
Kadlec é membro da Igreja Hillside, mas ela trocou o culto de domingo por outra
atividade: catar lixo. O motivo é que a Igreja de Kadlec e quatro outras
congregações da cidade de Bloomington, Minnesota, decidiram cancelar os cultos
para que seus membros possam fazes algum tipo de caridade. Trata-se de um
esforço para mostrar que eles estão vivendo o que pregam.
Cerca
de 1.000 pessoas das igrejas Bethany, Emmaus, Evergreen Garden, e Hillside
planejam ajudar seus vizinhos pintando casas, recolhendo lixo, limpando áreas
escolares e parques públicos, oferecendo ajuda para mães solteiras e conduzindo
uma aula de basquete para jovens.
“É
uma tentativa de quebrar o molde, sair para fora da igreja e conectar-se com as
pessoas”, disse Carl Nelson, presidente da Transform Minnesota, uma rede de
cerca de 160 igrejas evangélicas que ajudaram a organizar o evento naquele
Estado. ”Nós levamos nossa fé realmente a sério e estamos dispostos a sair e
simplesmente servir as pessoas por amor”, explicou.
Essas
igrejas fazem parte de um número crescente de congregações evangélicas
norte-americanas que têm cancelados os cultos para fazerem algo que mostre que
os seus membros não estão preocupado apenas em condenar o casamento gay e o
aborto, mas também se preocupam com a justiça social, ajudando os necessitados
e se envolvendo com o lugar onde moram.
“Eu
acho que as pessoas da igreja têm uma espécie de má fama, e nós esperamos mudar
isso”, disse Kadlec, que está ajudando a organizar eventos de domingo. ”Falamos
de amar o próximo e não somos hipócritas. Acho que cancelar o culto do domingo
mostra para essa comunidade, ‘Ei, nós realmente achamos que vocês são
importantes e queremos compartilhar o amor de Deus com vocês. Queremos
servi-los’”.
Bryan
Moak, pastor da Igreja Hillside, disse que ele e os pastores das outras igrejas
participantes acreditavam que poderiam fazer mais boas ações se unissem as
forças. Ao todo, os fieis estarão envolvidos em 36 projetos diferentes em toda
a cidade. Eles irão formar grupos com participantes de todas as igrejas.
“Acredito
que nós, como Igreja, temos a tendência de dizer: ‘Ei pessoal, venham até
nós’”, explica Moak. ”Eu acho que, de certa maneira, não estamos cancelando
nada. Estamos apenas levando a igreja até a comunidade”.
Esse
tipo de “ação de domingo” reflete uma mudança na postura de determinados ramos
evangélicos. Nos últimos 10 a 15 anos, os evangélicos mais jovens, em
particular, começaram a debater questões além das lutas históricas contra o
casamento gay e o aborto. Eles têm debatido como podem ser bons mordomos do
meio-ambiente e o que podem fazer contra problemas sociais como a pobreza e a
falta de moradia, explica Dan Olson, professor de sociologia na Purdue
University.
“Eles
não querem ser vistos apenas como pessoas amargas que estão sempre criticando
os outros”, acredita Olson. “Eles querem dizer: ‘Não, Cristo sempre ajudou as
pessoas. Os seus seguidores não se preocupam apenas com o aborto ou… em salvar
almas. Estamos preocupados com outras coisas também’”.
Mike
Olmstead, pastor da igreja Evergreen, disse que ele e os outros pastores podem
repetir esse tipo de evento de domingo no futuro. “A igreja está cheia de pessoas que desejam
servir”, explica. “Jesus sempre supria necessidades. A melhor maneira de fazer
conexões com as pessoas é atender a uma de suas necessidades.”
Ed
Stetzer, vice-presidente da LifeWay Research, instituto cristão que acompanha
as tendências da igreja em todo o país, diz que essa iniciativa tem se tornado
comum em igrejas que fazem esse tipo de
atividade mais de uma vez por ano. Porém, Stetzer não acredita que a mensagem é
clara.
“Eu
acho isso complicado”, disse Stetzer em um comunicado. “Eu gostaria de ver mais
igrejas servindo e se unindo para fazer isso, mas há 167 horas em uma semana…
Não tenho certeza que o melhor é cancelar o tempo de adoração que se possa
servir. Acho que podemos fazer as duas coisas.”
Traduzido
de Star Tribune
Fonte:
Gospel Prime
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